Para burros

Eram três na mesma mesa, e a determinação das suas expressões e a convicção dos seus gestos fez-me perceber que era eu que estava errado. Mas, ao mesmo tempo, decidi ser um idiota e continuar sem nunca fumar.

Amores de Podrição

Esta é daquelas discussões das quais não consigo tomar partido por nenhum dos intervenientes. Imagino o José Rodrigues dos Santos na sua secretária, compararando-se a Umberto Eco enquanto escreve mais um romance. A verdade é que ele vende. Mas comparar literatura aos livros do pivô da RTP1 seria como comparar as fezes de um rato adoentado a uma pepperoni lovers. Verdade seja dita, nunca li nada dele. E se tudo correr bem, nunca vou ler. É mais um Dan Brown igualmente enfadonho e pretensioso nos temas que tenta abordar.
Por outro lado: a igreja católica. O organismo que apenas se sabe defender acusando de intolerantes os que ousam não acreditar no mesmo que eles. E apelando à fé como prova irrefutável.

MST

O primeiro desporto que devo ter praticado deve ter sido, quase sem dúvida alguma, o não toleramento do fumo de tabaco. Aos 25 anos continúo a praticá-lo. Só isso. E é chato.

Sai uma rodada de clichês por conta da casa

Sai prémio?

The Dreamers

Por estas...

...e por mais sete paletes cheias de outras parecidas, é que eu me sinto um extraterrestre.

Estas capturas de ecrã correspondem todas à mesma pessoa. Conversas entre estudantes de Comunicação. Querem ser jornalistas. Em Portugal. O nível das conversas não é só estudado pelo tema em questão, mas por quase todas as palavras que foram escritas.
E este meu discurso carregado de um suave tom depreciativo quer só mostrar como o dono deste blogue continua sem entender alguns fenómenos. Televisivos ou não. E ao mesmo tempo, como acabo por ser como elas, lendo as suas conversas degradadas, banhando-me no seu intelecto apodrecido pelos anos de TVI.

E ser feliz

Neste momento impõe-se parar de falar crítico, parar de pensar crítico e parar de escrever crítico. Não tem trazido nada de bom. É calar, meter o cérebro a uma rotações mais baixas, e ser feliz.

Segunda Estrela

Astérix e Popeye são personagens que inevitavelmente admiramos e, ao mesmo tempo, invejamos. Humanos e fracos como nós, têm a sorte de ficarem mais fortes física e mentalmente através de produtos que trazem com eles e ingerem. A admiração é natural mas torna-se contraditória quando, em adultas, as pessoas insistem em beber álcool para ficarem mais lentas, mais fracas e mais estúpidas. Eu sei, eu sei: visão de alguém que quase acredita na Terra do Nunca.

Barra Silva

Com esta idade continuo a não conseguir lidar com toda a gente que vou conhecendo. Durante todo o percurso que tem sido a minha vida, umas vezes mais e outras menos, fui selecionando com quem me dava e, mais importante, a quem me dava.
Não sou e, provavelmente, nunca serei uma pessoa de desonestos cumprimentos. Não me vejo a dizer que saudades pá, há tanto tempo que não te via, se me estava pouco a defectar se a pessoa estava num campo de refugiados na Serra de Leoa ou se vai ser o novo CEO da Apple.
Este feitio permite-me ser mais genuíno e, por consequência, mais feliz, mesmo que incompreendido. E estes últimos tempos têm-me trazido essa maior consciência sobre mim. E, admito, acho que ando a precisar de uma nova introspectiva sobre os meus feitios. A culpa é d'Ela, que tão diferente é de mim.

Posso perder metade da audiência do blogue

...mas eu não bebo álcool.
E sei muito bem que não é boa filosofia para ter muitos amigos ou, pelo menos, para os poucos amigos que já temos nos estarem constantemente a chamar para divertimentos depois do sol se pôr.
De modo a tornar esta maneira de viver a vida sem cerveja mais intensa, arrajei agora um novo divertimento, de há uns meses para cá: estou a tentar reduzir na bebida. É sempre essa a desculpa. E as pessoas que não me conhecem acreditam e sentem-se na necessidade de cooperar comigo, de me dar força.

Ó MEC

Agora que o Público está a vender uma série de dvds com a edição da Sexta-feira a 2 euros, qualquer desculpa para não o comprar seria idiota. O meu ritual de leitura é sempre o mesmo desde que descobri, há já uns bons anos, a escrita de Miguel Esteves Cardoso. Escreve-se "de" e não "do", como quando se fala de Jesus. O do Benfica, claramente. Com hábitos destes, cujos padrões são tão elevados, quem acaba por pagar é o blogue.
Cada post meu é uma tentativa contraditória de me expressar e de me esconder. De me expressar porque sinto necessidade. E de me esconder porque nem em quinhentos anos acabaria por o fazer metade de bem que o MEC o faz. Quando a humildade vence, acabo por não escrever ou publicar. Um blogue tem de se alimentar para continuar a viver. E o meu está anorético.

Felicidade Constipante

Sou tanto de riso difícil como de riso fácil. De anedotas não gosto. Mas estive dez minutos a rir graças aos nomes que um contacto do Facebook dá aos Álbuns. Começando pelo "sessão fotográfica", porque o imaginei a pedir à irmã para lhe tirar 50 fotos onde ele parece sempre estar desiquilibrado e onde o disparador o apanhou sempre 2 segundos antes. O "meu primeiro acampamento dos bombeiros" fez-me logo lembrar o nome de uma possível composição depois de um fim-de-semana a apagar pequenas fogueiras. O álbum "a minha arte" mostra uma série de desenhos copiados, humor refinado. O mote veio com os nomes "eu bombeiro..." e "eu...".

Grandes Ódios - com Letra grande

Há umas noites falava-lhe de um dos meus Ódios de Estimação. Pareceu-me uma boa oportunidade dizer-lhe que aquele ser de pés afastados era um dos que fazia parte da minha lista mental, dividida em volumes, da categoria Ódios de Estimação. A ocasião não foi especial. Ele entrou no café onde nós estávamos. Ela conhecia-o, como suspeitei. Questionou-me pela razão. Não era díficil e não é preciso muito para ser um Ódio de Estimação - com o pronome possessivo - meu. Mas é preciso obedecer a algumas regras que considero básicas. Por exemplo, um gajo que anda de gorro e t-shirt, ou de t-shirt e cachecol, corre o sério risco de se tornar um Ódio de Estimação, tal como uma gaja que sai à noite com roupas brilhantes. Ou pessoas que usam chapéus brancos (deste estilo) e aqueles que dizem bóina quando se querem referir a uma boina. Mas não são factores decisivos. No caso específico daquele Ódio de Estimação, e eu preso muito os meus, era o cabelo, os óculos, a careta sempre de nojo em riste e, principalmente, a postura. O gajo até a conduzir tinha o ar altivo que encaixava tão bem como uma abóbora num pinhal.
Ela conhecia-o e também não gostava dele. Eu não o conhecia, joguei com o preconceito, e também não gostava dele. Ganhei, mas continuo sem perceber como é que um gajo daqueles não é castrado.

Festas do Agosto

Depois dos quilómetros que tenho andado para entregar os litros de bebida que me pedem, de carregar o quilos de comida que encomendaram e do francês que não faço questão de falar, do que mais sinto falta não é de descansar, mas sim da minha música. Da minha música na piscina. Hoje tive tempo para ouvir 3 músicas. Duas à beira da água, Vivian Girls e Queen. E outra aqui, enquanto escrevo. The National.